Ideias para poupar dinheiro nas compras de comida
15 ideias para poupar dinheiro nas compras de comida
O assunto que vos trago hoje é de extrema importância para mim e que espero que venha a ser relevante para vocês também. Se é a primeira vez que estão a interagir comigo, provavelmente ainda não sabem que fui criada por uma mãe solteira, numa família modesta, e que apesar de muitos bens nos serem restritos, nunca faltou comida na mesa. Quase sempre consumíamos alimentos honestos, cozinhados de forma nutritiva e simples, para nos ajudar a manter focados no mais importante: manter a nossa saúde e ter energia para seguir os nossos sonhos.
Por esse motivo sou profundamente apaixonada pelo poder da comida enquanto fonte de nutrição, de saúde, de estabilidade financeira e ponto de reunião familiar. Sei, por experiência própria, que refeições saciantes e saudáveis não precisam de ser dispendiosas. E quero poder partilhar estes conhecimentos que acredito serem transformadores quando aplicados com intenção.
Talvez tenham chegado a este post porque precisam de poupar algum dinheiro e consideram que estão a gastar demasiado com as compras, ou porque procuram soluções criativas para fazer render o vosso salário. Talvez ainda porque não sabem por onde começar ou se sentem assoberbados com as possibilidades ou até porque gostavam de fazer uma alimentação mais sustentável e sem desperdício. Nos próximos posts espero ajudar-vos com algumas dicas e sugestões que podem ajudar-vos, qualquer que seja a razão que vos trouxe aqui.
Gestão de orçamento nas compras
A menos que tenham a sorte incrível de ter uma horta ou terem um familiar com produção própria de fruta e hortícolas, a maior parte de nós acaba por comprar quase todos os alimentos que consome. Por esse motivo, o meu primeiro bloco de sugestões começa precisamente com as compras.
Usar o mercado municipal para comprar frutas, verduras, ovos e leguminosas (e em alguns casos também carne, peixe, charcutaria, pão, flores e mercearias).
Isso permite-vos comprar produtos nacionais, locais, na época e de calibres inferiores, por preços significativamente mais baixos e de qualidade igual ou superior.
Usar a carne como fonte de sabor, reduzindo a quantidade e aumentando a qualidade;
Reduzir a quantidade de carne que comemos e aumentar a qualidade da mesma pode acabar por ficar equilibrado em termos de contas. No final, obtemos mais nutrientes, de animais criados como a natureza desenhou e com muito mais sabor.
Consumir frutas e vegetais da época;
Comprar fruta e vegetais da época, de origem nacional, é também uma grande ajuda a manter as contas controladas garantindo que estamos a ingerir alimentos saudáveis. Significa que, não só estão a comer de acordo com os ritmos da natureza, como estão a poupar muito dinheiro. Um exemplo que costumo dar é o das courgettes: durante o verão (quando estão na época de colheita) custam cerca de 0.90€/kg mas fora da época podem chegar a custar 2.50€/kg ou até mais.
Substituir proteína animal por proteína vegetal e ovos sempre que puderem;
Sem rótulos na alimentação, em nossa casa comemos de tudo, da melhor qualidade que pudermos comprar. Há refeições em que comemos carne, outras em que comemos peixe e outras em que fazemos refeições vegetarianas ou até vegan. Caril de grão, feijões variados em molho de tomate e croquetes de vegetais encontram-se no prato com uma dose generosa de vegetais e algum arroz. Vegetais salteados com ovos estrelados, sopas, lentilhas estufadas e arroz caldoso de tomate com pataniscas de vegetais são sempre saciantes e muito económicos de confeccionar.
Comprar directamente ao produtor e reduzir intermediários;
Sempre que compramos num Supermercado estamos a pagar o preço de produção de um bem, o seu transporte desde a origem e a comissão de venda da loja. Ao comprarmos as frutas e hortícolas directamente ao produtor estamos a reduzir o custo do ingrediente para nós e estamos também a pagar ao produtor de forma mais justa.
Verificar sempre o preço ao kg e comparar com o preço por embalagem;
Vale sempre a pena lembrar que o preço por kg é sempre um melhor indicativo do que o preço por embalagem. Quase sempre temos um negócio melhor comprando em quantidades maiores do que em embalagens individuais.
Evitar os pré-preparados;
A falta de tempo é uma questão séria e quando estamos com fome ou ainda não decidimos o que vamos fazer ao jantar, os produtos de conveniência (como os pré-preparados, pré-cortados e pré-lavados) são altamente tentadores. A verdade é que alguém teve que fazer aquele trabalho (seja um humano ou uma máquina) e esse trabalho é quase sempre pago pelo consumidor. Evitar os pré-preparados é uma forma de não gastar dinheiro desnecessariamente com pequenas tarefas que podemos ser nós a fazer - ou até incluir toda a família na preparação dos alimentos.
Não ter receio de usar os congelados simples;
Se não tiverem acesso fácil a frescos, os vegetais congelados são sempre uma óptima solução e podem ser confeccionados em várias refeições nutritivas e pouco dispendiosas. Mas claro, não se esqueçam que ao comprar congelados, quanto menos processado for o alimento, mais económico e melhor para a vossa saúde será. Neste caso, o ideal será sempre dar preferência aos vegetais congelados simples em vez dos pré-preparados.
Comprar produtos não perecíveis em quantidade, sempre que possível;
Se sabem que usam em quantidade considerável produtos não perecíveis (arroz, leguminosas, cereais integrais, massas, entre outros) poderá ser vantajoso comprar em maiores quantidades sempre que se encontram por um bom preço. Guardem as leguminosas secas no congelador. Assim previnem o aparecimento de gorgulho e estão sempre prontos para a demolha.
Limitar as idas ao supermercado e levar sempre uma lista de compras;
Quantas vezes vamos ao supermercado sem lista e acabamos por sair de lá com um saco de coisas que não precisávamos e sem o item que nos levou a ir às compras? Levar uma lista de compras na mão significa que vamos comprar apenas o que precisamos, reduzindo assim o custo das compras e o desperdício alimentar.
Comprar online em sites como o Goodafter que vende produtos com prazo de validade próximo do fim ou já ultrapassado por preços mais reduzidos. Mas não se deixem enganar, apesar de o prazo de validade já ter passado, não quer dizer que o produto não esteja em boas condições para ser consumido;
Escolher peixe da nossa costa como a sardinha, a cavala e o carapau. São fontes naturais de gorduras saudáveis como o omega 3 e, dependendo da época do ano, o seu preço por kilo é muito convidativo. Se comprarem peixes embalados, garantam que têm este selo na embalagem, símbolo de pesca sustentável e certificada.
Procurar um Cash and Carry perto de casa que esteja aberto ao consumidor final;
Principalmente se tiverem uma família grande, pode compensar fazer compras por atacado, com embalagens maiores.
Cupões de desconto e promoções;
Ao fazer o planeamento das refeições, verificar nas lojas que costumam comprar se há descontos em ingredientes que possamos integrar nas refeições e assim poupar algum dinheiro.
Evitar comprar descartáveis e procurar soluções menos dispendiosas (e também mais ecológicas):
Esta dica não é tanto de comida mas está relacionada com a cozinha. Papel de cozinha, guardanapos, película aderente, sacos de sandwiches e sacos plásticos podem sempre ser substituídos por panos da louça, guardanapos de pano, película de tecido com cera de abelha, bolsinhas de comida laváveis e sacos de pano. Talheres e pratos de plástico ou papel também podem ser substituídos por objectos laváveis e reutilizáveis reduzindo assim a necessidade de compra constante.
Ufa! E pronto, estas são as minhas dicas para compras melhores e com melhores preços. Se tudo isto for novidade para vocês, não se preocupem. Se fizerem sentido para vocês, podem ir alterando a vossa rotina, um item de cada vez, e ver se notam diferença na qualidade dos alimentos e/ou no dinheiro gasto em alimentação.
Para qualquer questão que tenham, enviem-me um e-mail para marinaamarinar@gmail.com e partilhem comigo as vossas dificuldades. Terei todo o gosto em ajudar!